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O Brasil é a sétima economia, com US$ 2,2 trilhões, empatado com a Índia
Em 1978, o Brasil e a China tinham Produtos Internos Brutos (PIB) do mesmo tamanho: US$ 200 bilhões. De lá para cá, os chineses aproveitaram a diferença que tinham a favor, baixíssimo custo de produção, e se tornaram a segunda economia mundial, com um PIB de US$ 10 trilhões.
O Brasil é a sétima economia, com US$ 2,2 trilhões, empatado com a Índia que, salvo alguma grande alteração de cenário, isola-se na sétima posição ainda este ano graças a uma política industrial arrojada, que inclui a oferta de baixo custo de produção para a indústria.
O cenário econômico internacional foi traçado pelo economista e cientista político Marcos Troyjo, diretor do BricLab da Universidade de Columbia (Nova York), durante o seminário Energia Competitiva para o Nordeste – A Favor da Energia Limpa e Renovável. E, segundo ele, a situação de perda de espaço brasileiro no mundo pode tomar contornos ainda mais dramáticos nos próximos 20 anos, a menos que o país opte por melhorar suas condições de competitividade para o setor industrial.
“Usando políticas energéticas competitivas, vamos privilegiar a indústria. E se isso acontecer, o Brasil não apenas será um país mais justo, mas também uma das economias mais prósperas do Seculo XXI”, projetou. Por outro lado, alertou, se nada for feito, “vai continuar a gerar esses espasmos de baixo crescimento, com um teto de 2%. Isso significa que, infelizmente, nós como país nos tornaremos velhos antes de nos tornamos ricos”, afirmou.
Economista Marcos Troyjo destacou a importância das vantagens competitivas para a indústria (Foto: Betto Jr.) |
Volta ao passado
Troyjo explicou que o ambiente de competição global vem passando por grandes alterações desde o ano de 1990. Naquela época, a ideia de competitividade estava associada a uma abertura de mercados extrema, marcada pelo conceito definido como ultraliberalismo – reflexo de grandes alterações geopolíticas, como o fim da União Soviética. “Havia uma ideia de que mais comercio internacional e menos regulação iriam trazer benefícios para os quatro quadrantes do mundo”, lembrou.
Segundo Marcos Troyjo, o cenário de competição global será marcado por uma “interdependência seletiva”. “Vamos poder escolher com quais países vamos manter relações econômicas privilegiadas”, afirmou.
No lugar das barreiras comerciais para impedir a entrada de produtos, entra no mercado o estímulo a uma maior competitividade para ganhar mercado. “Esse mundo não vai significar o fim das políticas industriais. Será o fim da promoção de substituição de importação. Serão políticas para promover exportações”, argumentou.
Além disso, lembra o professor Marcos Troyjo, a Índia estaria avançando numa política mais amistosa para a indústria, com uma oferta de tarifas de energia atrativas, além de um baixo custo de mão de obra para o setor industrial.
Setor elétrico precisa de plano a longo prazo
A falta de um modelo energético a ser seguido no Brasil dificulta a estabilidade do setor, na opinião do deputado federal José Carlos Aleluia (DEM). “É uma coisa por leilão que é uma coisa irracional, decidida por alguém que não conhece o setor, não sabe tomar a decisão correta”, analisou o deputado durante sua explanação no seminário Energia Competitiva no Nordeste. O parlamentar ressaltou a necessidade de se ter uma política com planejamento de longo prazo. “Não é para transformar em política de partido, tem que ser coisa de longo prazo, transparente, de buscar investimento”, disse.
Para Aleluia, o Brasil é competitivo para construir hidrelétricas e deve investir nesse ramo, a partir da iniciativa privada. “Queremos ter energia competitiva? Hidrelétrica? E como financiar? Com recursos privados, porque não vai ter recursos do Tesouro, nem do consumidor”, opinou. Para ele, é preciso discutir outros tipos de fontes de energia, mas como complemento às hidrelétricas. “Vamos trabalhar a eólica, num sistema térmico de alta suficiência, vamos discutir a nuclear também”, falou. “Dá pra fazer muita coisa na Amazônia, temos ventos maravilhosos na Bahia, vamos fazer uma base térmica pesada e um sistema de transmissão eficiente”. O deputado acredita também em um modelo de geração distribuída em que o consumidor não precisa ficar preso a um monopólio. “Ele (consumidor) vai buscar a solução dele”.
País deve incentivar investimento
O governo brasileiro precisa criar um conjunto de mecanismos de incentivos de investimentos em fontes de energia alternativas. Na visão do deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), outro palestrante do seminário Energia Competitiva para o Nordeste, as medidas existentes não suprem as necessidades dos empresários do setor energético, que, por falta de segurança, não investem em novos modelos. Para ele, é necessário cumprir algumas exigências para se conseguir retomar o crescimento industrial no Nordeste. “Precisamos de posição mais efetiva do governo, de criação de incentivo de investimento em energia renovável, e ter a preservação de incentivos para a industria química e do plástico”, citou.
Além do incentivo, Paulo Abi-Ackel lembrou que é preciso investir também em infraestrutura de uma maneira geral para que se retome a competitividade no setor industrial em todo o país, inclusive no Nordeste. O deputado falou ainda sobre a renovação dos contratos industriais com a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e a importância se gerar caixa para a companhia. “Gerar caixa na Chesf permite expandir o parque eólico nordestino, movimentando em torno de R$ 7 bilhões em energia limpa e renovável”, afirmou. Os números da produção de energia eólica também foram citados pelo deputado mineiro. Segundo ele, a capacidade de fonte eólica no país chegou a 9.914 Megawatt no ano passado, sendo o Nordeste responsavel pela produção de 8.198 MgW. Em 2012, a capacidade instalada no Brasil era de 1.805 MgW, 1,5 % de toda a matriz brasileira.
Veja no original:
http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/cenario-dos-proximos-25-anos-exige-foco-nas-exportacoes/?cHash=09c675d06faa0fa12225eea1669e9176
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