Retomada de 60% das atividades depende de estudo, diz mineradora.
Município assinou termo e aguarda aval dos governos estadual e da União.
O prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), foi recebido pelo presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), em Brasília, nesta quarta-feira (1º). O encontro teve por objetivo pedir o aval do governo federal para o retorno das atividades da mineradora
Samarco, interrompidas desde o rompimento da barragem de Fundão, em novembro, na cidade da Região Central de Minas Gerais.
Segundo a prefeitura de
Mariana, foram apresentados dados referentes à atual arrecadação do município, que caiu com a paralisação da operação da empresa, cujas donas são a Vale e a anglo-australiana BHP. Um termo de conformidade para que a empresa volte a operar já foi assinado pelo município, faltando agora a anuência dos governos de Minas e da União.
Durante visita a Mariana, em 16 de maio, o ministro do Meio Ambiente do governo interino de Michel Temer, Sarney Filho (PV-AM), decidiu
não assinar o documento que concede licenças para que a Samarco. Na ocasião, ele disse não ter “convicção de que a tragédia está encerrada” e que, por enquanto, não queria participar de atos que promovam a volta das atividades.
Ainda segundo a prefeitura, o presidente em exercício informou que vai se reunir com o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) para analisar o assunto.
Audiência pública Também nesta quarta-feira (1º), a volta das operações da Samarco foi tema de audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O diretor de Estratégias e Planejamento da Samarco, Leonardo Sarlo Wilken, reafirmou a intenção de voltar a operar com 60% da capacidade até o fim deste ano.
Os trabalhos da Samarco na região foram suspensos pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente no dia 6 de novembro do ano passado, um dia depois do rompimento da Barragem de Fundão.
Para que a mineradora retome as atividades, a empresa precisa comprovar a segurança das estruturas e onde planeja depositar os rejeitos futuros. Um projeto para utilização de duas cavas foi apresentado à secretaria, porém a pasta sinalizou que não aprovaria a utilização de uma delas. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também entende que uma das cavas não foi projetada para receber os rejeitos.
De acordo com Wilken, os estudos para o licenciamento ambiental continuam. “A opção técnica é segura. O que nós temos que fazer, de acordo com a legislação, são os estudos ambientais. E como essa área já é impactada, ambientalmente nós temos que seguir todos os preceitos da legislação”, afirmou o diretor.
G1 em 02 06 2016