Sem argumentos, defesa de Dilma repete cantilena do golpe em alegações finais
Advogado da presidente afastada, Dilma Rousseff, o ex-ministro José Eduardo Cardozo entregou as alegações finais referentes ao processo de impeachment da petista que será analisado pelo Senado. O documento cita a palavra “golpe” 89 vezes, repetindo o discurso amplamente utilizado pela petista desde o início do processo de perda do seu mandato.
A defesa continua afirmando que as acusações contra Dilma são “meros pretextos retóricos” para tirá-la da Presidência e alega, ainda, que não há crime de responsabilidade nas “pedaladas fiscais”. Além disso, Dilma continua sustentando que a tentativa de afastamento dela é puramente por questões políticas e que houve um “desvio de finalidade” no impeachment por supostamente não haver questões técnicas para destituí-la do cargo.
O deputado Paulo Abi-Ackel (MG) considera que a repetição do discurso demonstra a falta de argumentos capazes de reverter a situação crítica de Dilma. “Ela e o advogado dela [Cardozo] têm repetido desesperadamente a mesma cantilena desde o início. Essa repetição é falta de argumento, sem dúvida nenhuma. É uma impossibilidade de gerar novos fundamentos que possam convencer os senadores que porventura ainda estiverem em dúvida”, alertou.
Cardozo, ao entregar as alegações finais, disse que se o julgamento for “justo” o relator do caso, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), “terá muita dificuldade em cumprir a ordem do partido dele”, fazendo referência ao apoio do PSDB para a concretização do impeachment.
Abi-Ackel considerou a declaração do advogado “sem importância” e disse que, na opinião dele, o impeachment já é um fato consumado. “Essa declaração do Cardozo faz parte da obrigação de qualquer advogado, que é defender até o último minuto seu cliente, mesmo na iminência da condenação. Essa declaração não tem nenhuma consistência e nem deve ser considerada”, concluiu
PSDB na Câmara em 31 07 2016
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