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Virada de página

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Cresce a expectativa de que Dilma Rousseff será definitivamente afastada do Planalto com a votação final do impeachment no Congresso. Para deputados do PSDB, a longa defesa feita pessoalmente por ela diante dos senadores na segunda-feira (29) não produzirá efeito a seu favor, já que preferiu atacar em vez de defender-se verdadeiramente ou até pedir desculpas à nação pelos erros cometidos.

Na avaliação dos deputados, o impedimento será aprovado até a manhã desta quarta-feira. O 1º vice-líder do PSDB, deputado Daniel Coelho (PE) afirmou, em plenário, que o Brasil espera ansioso pelo desfecho do processo de impeachment e de afastamento da presidente devido os crimes de responsabilidade cometidos por ela. “O país precisa virar a página. Está na hora de começar a olhar para frente”.

FALOU MUITO, NÃO DISSE NADA

Conforme destacou o deputado Miguel Haddad (SP), na sessão de ontem a presidente afastada repetiu, durante 14 horas, palavras de ordem sem responder objetivamente os questionamentos dos senadores. “Ela usou o dinheiro do BB e da Caixa como se fosse do governo, as famosas pedaladas, e fez isso para enganar a população, como se tudo estivesse à mil maravilhas e poder dizer na campanha que em 2015 o Brasil iria bombar. A crise que o país vive hoje é fruto dessa irresponsabilidade criminosa de Dilma e do PT”, acusou.

Para Paulo Abi-Ackel (MG), Dilma fingiu desconhecer a realidade. “Ela não admite erros, atribui o problema econômico à crise internacional e diz que o grande responsável pelo fim de seu governo foi Eduardo Cunha. Fala que está sofrendo uma injustiça, fala até em golpe. Eu arriscaria a dizer que desta forma ela está perdendo votos. Não conseguiu convencer ninguém. Acredito que serão 62 votos contra ela. Vai se abrir uma nova expectativa para o Brasil”, opinou.

Ao lembrar que, nesta terça-feira, o Senado cumpre mais uma etapa da longa sessão que julga a presidente afastada, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) diz acreditar em um final feliz. “O Brasil não suporta mais o desastroso desgoverno de Dilma e precisa virar essa página para, urgentemente, adotar medidas para melhorar a economia, recuperar a credibilidade e principalmente reverter a tragédia do desemprego”.

O deputado Artur Bisneto (AM) afirmou que a consolidação do impeachment representará o encerramento de um triste capítulo na história do Brasil. Em seu perfil no Facebook, o tucano lembrou que são necessários os votos de 54 senadores a favor do impedimento para que Dilma seja definitivamente afastada da Presidência e fique inelegível por oito anos a partir do fim de 2018. “Tudo indica que isso acontecerá, dando fim a um período marcado por escândalos de corrupção e uma grave crise econômica e moral”, avaliou.

Ainda enquanto Dilma se defendia no Senado, o deputado Caio Narcio (MG) fez uma transmissão ao vivo, em sua página no Facebook, e destacou que o dia representou o amadurecimento da democracia e uma data para reflexão sobre os equívocos cometidos na gestão da presidente afastada. Segundo ele, entra em curso um novo período no qual o pensamento dos governantes deve voltar a ser em prol do Brasil. “Que possamos participar desse momento de transformação com responsabilidade. Não nos orgulha o que está acontecendo, mas é um processo legítimo que precisa acontecer”, explicou.

Já no Twitter, o deputado Marcus Pestana (MG) chamou a atenção para a falta de autocrítica nas falas de Dilma. Para ele, a “defesa” feita pela petista, na verdade, não passou de ataques às instituições. Diante do discurso vazio da petista, o tucano arriscou um palpite. Em sua avaliação, 60 senadores votaram a favor do impedimento.

Para o deputado Eduardo Cury (SP), Dilma não respondeu aos questionamentos dos senadores. O tucano esteve no Senado durante boa parte do pronunciamento da presidente afastada. Ele gravou um vídeo ao lado de Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment, no qual agradeceu a jurista por ter dado o pontapé inicial para o afastamento da presidente devido ao cometimento de crimes de responsabilidade.

O deputado Vanderlei Macris (SP) destacou a reação do mercado financeiro diante da proximidade da conclusão do processo de impeachment. Como apontou, a Bolsa de Valores subiu e dólar caiu devido à percepção cada vez maior do afastamento definitivo. A saída dela, segundo afirmou, será pelo bem do Brasil. “Nas respostas aos parlamentares ontem reforçou-se que Dilma não tem a menor condição de presidir nosso país. Não se defendeu das acusações de forma convincente, e sequer deu uma resposta às perguntas que foram feitas sobre a situação em que colocou a nação”, apontou.

O deputado Nilson Leitão (MT) disse que a confirmação da saída de Dilma e a consolidação de um novo governo é importante para que o Brasil seja rediscutido. “Se Deus quiser nesta semana teremos um novo presidente da República e começaremos, de fato, a discutir os problemas do Brasil, que é a nossa grande necessidade”.

PSDB na Câmara em 30 08 2016
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