Paulo Abi-Ackel discursa como orador do PSDB em comemoração ao aniversário de fundação de dois grandes veículos nacionais A comemoração conjunta do aniversário de fundação dos jornais O Estado de Minas e Correio Braziliense é uma grande oportunidade para exaltarmos o incomparável serviço que a imprensa brasileira tem exercido em favor da pátria. É, pois, com muito prazer que trazemos a manifestação do Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB, na homenagem a esses dois gigantes da imprensa nacional. O Correio Braziliense, mais do que um periódico, é um verdadeiro monumento histórico, bicentenário, que remonta ao Brasil Colônia e ? s circunstância de sua submissão a Portugal. Criado em 1º de junho de 1808, meses depois da chegada da Corte Real ? cidade de Londres, foi fruto do empenho e idealismo daquele que seria, no futuro, o patrono da imprensa brasileira, Hipólito José da Costa, nascido na Colônia do Sacramento, cuja memória é venerada no Brasil pela audácia e pioneirismo de editar sozinho, na Inglaterra, um jornal em língua portuguesa. Sua iniciativa constituiu um exercício histórico de cidadania brasileira, uma vez que o periódico servia ao sonho maior da independência e da autonomia política, razão pela qual era objeto da pesada censura do Poder Central. Foi exatamente em 21 de abril de 1960 que Assis Chateaubriand, dos Diários Associados, resolveu adquirir dos herdeiros de Hipólito o direito ao nome do jornal. Fez questão de manter a grafia da época para se reportar ao anseio de nacionalidade que crescia com o povo da Colônia. Esta é a notável origem do Correio Braziliense, hoje o principal jornal da capital federal e um dos mais influentes do país. Não posso deixar, contudo, de homenagear, o que faço com emoção, aquele que é o grande jornal dos mineiros. Na Belo Horizonte do final dos anos 20, um grupo de jovens intelectuais da mais alta qualidade se esmerava em projetar pelo Brasil os valores morais e políticos da gente montanheza. Minas desempenhava papel do maior relevo na política nacional. Esses jovens intelectuais, porém, estavam a serviço das novas idéias que, principalmente na Europa, reviam dogmas até então assentados, sob a visão inovadora e abrangente da ciência política. Entre eles, o advogado Pedro Aleixo, ainda no início de sua esplêndida carreira de jurista, de líder parlamentar e de homem de renovadora ação política, fundou o jornal O Estado de Minas, dotando-o, já de início, dos equipamentos mais modernos então disponíveis. Cercou-o, nessa empreitada, um conjunto de homens da mesma geração dispostos a emprestar ao novo órgão o valor de sua colaboração. Entre tantos outros importantes mineiros, destacaram-se Milton Campos, Dario de Almeida Magalhães, Mendes Pimentel, José Maria Alkmin, Tancredo Neves, personalidades invulgares que viriam a se projetar como exemplo de homens públicos no Brasil. Os acontecimentos do século formam um quadro revolto em que o ser humano viveu todas as mudanças imagináveis. É surpreendente verificar que o jornal O Estado de Minas é testemunha presencial dessas enormes conturbações, as quais descreveu e interpretou com profundidade e isenção ainda nos primórdios da nova Capital de Minas. Pode-se afirmar, portanto, que o Estado de Minas viveu em função do século mais surpreendente, trágico e ao mesmo tempo luminoso da Idade Moderna. Nunca se curvou ? s injunções, como jamais cedeu a interesses subalternos. Refletiu com propriedade a alma de Minas, pois é prudente na crítica e veraz na informações. Uma das características principais do jornal O Estado de Minas é a sua capacidade de refletir as transformações da sociedade, a elas se antecipando em várias ocasiões, em virtude da competência profissional dos seus redatores, jornalistas e fotógrafos. Aliás, o Estado de Minas destaca-se por ser uma escola de jornalismo no seu mais elevado sentido, pois foi em sua redação que, ao longo da sua existência, formaram-se jornalistas os mais eminentes e de maior expressão na imprensa brasileira. É justo que, neste momento, voltemos o olhar agradecido e reverente aos profissionais dos Diários Associados, exemplos para toda a imprensa nacional, que desde os primeiros números do jornal se entregaram com devotamento, arte e talento ? sua cuidadosa elaboração. Que fique registrado minha homenagem aos membros da Direção — herdeiros da ousadia e do talento de Assis Chateaubriand —, a seus editores, repórteres, pesquisadores, diagramadores e equipes de documentação, a todos, que, irmanados a cada dia enriquecem a sociedade brasileira com a presença dos jornais O Estado de Minas e Correio Braziliense. O PSDB cumprimenta os dirigentes de ambos veículos, na certeza de que seu desempenho e competência, juntamente com a evidente dedicação de suas equipes, são amplamente responsáveis pelo sucesso desses jornais. Desejamos sucesso na continuidade de suas gestões, pelo que representam, sem dúvida, para o crescente engrandecimento da imprensa nacional.
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