A aproximação entre
PSDB e PSB, simbolizada pelo encontro entre os pré-candidatos ? Presidência da República
Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) na noite da última quinta-feira, levanta três hipóteses sobre a relação que podem ter os dois partidos nas eleições do ano que vem, em Minas Gerais.
Caso a aproximação ensaiada por Aécio e Campos vingue, tucanos e socialistas podem ser vistos em um ou dois palanques. Na primeira hipótese, eles podem integrar a mesma chapa, com candidato ao governo de uma legenda e os nomes para vice e senador de outra. Na segunda hipótese, podem construir palanques para que, tanto Aécio quanto Campos se sintam ? vontade para subir, ou, ainda, podem optar por um pacto de não agressão e de parceria para um eventual segundo turno.
Faltando mais de um ano para o pleito, ninguém arrisca dizer qual será a hipótese a ser seguida, mas as conversas entre as duas legendas seguem a todo vapor. O presidente do PSB em Minas, deputado federal Júlio Delgado, afirma que a definição vai ser tomada mais tarde. Entretanto como aliado muito próximo de Aécio, ele já considera a dobradinha praticamente certa.
“Se acontecer (a hipótese das duas candidaturas), cada um vai estar no seu campo e vai haver uma política de reciprocidade. Se não, os partidos podem se aliar numa mesma coligação, formal ou informalmente, no sentido de estabelecer uma aliança para receber Aécio e Eduardo Campos. Vamos tentar trabalhar que isso possa estar o mais azeitado possível”, afirmou Delgado.
No PSDB, a análise é parecida, como demonstra o deputado federal
Paulo Abi-Ackel. “Há uma convergência natural, tanto em decorrência da amizade pessoal dos dois quanto das críticas que ambos fazem ao governo Dilma. Há um início de possibilidade de ambos convergirem tanto para a Presidência quanto nos palanques estaduais, como em Minas, Pernambuco e outros Estados”, afirmou o tucano.
As declarações corroboram a afirmação do senador Aécio Neves que, ontem, esteve em Campina Grande, na Paraíba e comentou o encontro com o governador de Pernambuco, ocorrido um dia antes.
“O PSDB e o PSB têm alianças em vários Estados do Brasil. Inclusive aqui (na Paraíba) tem uma aliança. Tem uma aliança no meu Estado. Mas a eleição de 2014, o quadro das alianças formais, vai ser decidido lá na frente. Não tenho dúvida de que, dependendo do resultado eleitoral, vamos estar juntos, seremos parceiros na construção de um novo modelo para o Brasil”, afirmou o senador mineiro.
Definição. Caso opte por apresentar candidato próprio ao governo do Estado, o PSB vê no prefeito Marcio Lacerda a melhor opção, justamente pela proximidade do prefeito de Belo Horizonte com o senador Aécio Neves, um dos responsáveis por elegê-lo em 2008.
“Temos que reconhecer que o nome natural é o do Marcio. É o nome que entra nesse contexto da possível união entre os dois partidos”, afirma o presidente do PSB Júlio Delgado.
(fonte: Lucas Pavanelli, jornal
O Tempo, 31 de Agosto)