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Planejar é a alma do negócio

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Palácio do Planalto

 

Um dos motes mais frequentes do discurso governista é dizer que hoje o país é mais? bem administrado e próspero do que no passado. Por esta versão, as gestões petistas se? especializaram em bem planejar, bem executar e produzir benefícios de montão para os? cidadãos brasileiros. Alguém, com mínima isenção, é capaz de concordar? No dia a dia, acumulam-se os casos de má gestão, de desperdício de recursos públicos, de? suspeitas de interesses escusos pagos com dinheiro do contribuinte brasileiro. Para o PT, bom? planejamento deve ser isto: uma forma de produzir fontes caudalosas de receita para financiar? a perpetuação de seu projeto de poder. Os exemplos escabrosos se sucedem. A Petrobras comandada pelos petistas é uma fonte? inesgotável deles. Como se não bastassem os ruinosos negócios em que se meteu no exterior,? em especial em Pasadena e Okinawa, surgem agora também suspeitas envolvendo refinarias? menores na região Sul do país. Segundo O Estado de S. Paulo, são “mini-Pasadenas”. Em dezembro de 2009, a Petrobrás? comprou 50% da usina de biocombustíveis de Marialva, no Paraná, por R$ 55 milhões. Apenas? dois meses antes, a mesma unidade fora adquirida inteirinha por R$ 37 milhões pelo grupo? privado que a revendeu ? estatal. Ou seja, trata-se de uma suspeita de sobrepreço de quase? 200%. Recorde-se o que ocorreu em Pasadena, numa transação aprovada por Dilma Rousseff? enquanto presidia o conselho de administração da Petrobras. A empresa pagou US$ 1,2 bilhão? – valor que, com gastos subsequentes, encostou depois em US$ 2 bilhões – por uma refinaria? que havia sido adquirida meses antes por um grupo belga por US$ 42,5 milhões. Mas, se há história realmente cabeluda, é a que envolve a Abreu e Lima. Orçada inicialmente? em R$ 4 bilhões, já tem seus custos beirando R$ 40 bilhões – e nenhuma gota de combustível? produzida até hoje. A operação tornou a refinaria a mais cara já feita em todo o mundo, num? exemplo eloquente de como funciona o bem planejar petista. Com base nas atas das reuniões do conselho de administração da empresa, até hoje inéditas,? o Valor Econômico reconstruiu a trajetória do empreendimento, a temeridade das decisões? tomadas e o grau de improviso e malversação de dinheiro público que cerca o investimento? em marcha em Pernambuco. Para começar, a obra da refinaria foi iniciada sem que houvesse sequer um estudo de? viabilidade técnica. Um empréstimo de mais de R$ 10 bilhões foi tomado junto ao BNDES com? base apenas num “plano básico” de construção da refinaria, que previa a participação dos? bolivarianos da Venezuela como sócios – em 2013, eles oficializaram o beiço e pularam fora do? negócio de vez. Em consequência, foram feitos 150 termos aditivos aos contratos de construção da Abreu e? Lima. Houve casos em que contratos de mais de R$ 1 bilhão com uma única empresa – não por? coincidência enredada nas falcatruas investigadas na Operação Lava Jato da Polícia Federal –? foram aprovados de uma só tacada. O mais estranho é que, com tanta sujeira para investigar, a tropa de choque governista no? Senado prefira concentrar os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito recém-instalada? em fatos que remontam há mais de uma década. Será esta a forma de bem planejar de que o? petismo tanto se orgulha? A verdade é que quase tudo no governo do PT recende a improviso, cheira a tramoia,? transparece desonestidade. Anteontem, Dilma Rousseff até ensaiou um mea culpa em relação? a outra das grosseiras barbeiragens das gestões petistas: a transposição do São Francisco. Está? devendo, contudo, uma confissão de culpa inteira pelo monte de lambanças que seu partido? comete no comando do país.

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Última modificação em Quarta, 07 Agosto 2019 09:12

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