O Tribunal de Contas da União (TCU) preparou relatório sistêmico sobre a situação da saúde pública no Brasil, tendo com base o ano de 2013. Alguns dados do trabalho deixam claros os motivos do caos vivenciados pelo setor. O número de médicos por mil habitantes nas capitais é de 4,56. Essa realidade piora no interior, com 1,11 médicos por mil habitantes.
“Quem diz não é a oposição, mas o TCU, em relatório: saúde no Brasil não tem médico, não tem vaga, não tem atendimento, não tem remédios”, disse o deputado Paulo Abi-Ackel.
No que se refere ao tema da Assistência Hospitalar no SUS, o tribunal realizou amplo diagnóstico em 116 hospitais públicos, que concentram aproximadamente 27.614 leitos (8,6% do total de leitos na rede pública), em todos os estados da Federação. Foram identificados problemas graves, complexos e recorrentes, relacionados a: insuficiência de leitos; superlotação de emergências hospitalares; carência de profissionais de saúde; desigualdade na distribuição de médicos no País; falta de medicamentos e insumos hospitalares; ausência de equipamentos ou equipamentos obsoletos, não instalados ou sem manutenção; inadequada estrutura física; e insuficiência de recursos de tecnologia da informação.
O TCU verificou que 64% dos hospitais visitados apresentam taxa de ocupação da emergência maior do que a capacidade prevista, e em 19% essa situação ocorre com alguma frequência. Em apenas 6% não ocorre essa superlotação.
Ainda foi verificado que em 81% dos hospitais o principal problema é o déficit no quadro de profissionais. Em 63% dos hospitais, a constante falta ao trabalho dos profissionais provoca impactos substanciais na prestação dos serviços.