Sustentada firmemente pela presidente Dilma Rousseff ao longo dos 112 dias de campanha eleitoral, a versão governista de “total controle sobre a inflação” resistiu somente 72 horas após o fechamento das urnas.
Na noite de quarta-feira (29), o Banco Central decidiu elevar a taxa de juros de 11% para 11,25% para conter a sanha do dragão que, segundo o Palácio do Planalto, permanece muito bem enjaulado. O mesmo bicho, no entanto, continua a correr livremente sem o guizo da equipe econômica petista, atestam o mercado e os cidadãos.
“É o novo governo, com os? juros indo para 11,25% ao ano. O pior é que a Selic é apenas referência para o mercado. Os juros cobrados dos consumidores chegaram em setembro a 102,59% ao ano”, criticou o deputado? Luiz Carlos Hauly (PR)? em seu perfil no Facebook. “Mais uma vez os brasileiros vão pagar a conta do desgoverno que arrecada muito e gasta muito mal o dinheiro público”, acrescentou.
Mais surpresas -? O anúncio do Banco Central é apenas o começo de uma série de notícias que os brasileiros não gostariam de tomar conhecimento. Da cartola de Dilma sairão ainda este ano os reajustes da gasolina, do diesel e das tarifas de energia elétrica,? represadas até o fim do pleito para evitar qualquer desgaste da petista diante dos eleitores. “Eleição virou um festival de espertezas”, reprovou o deputado? Emanuel Fernandes (SP)? em sua página no Facebook.
Neste ano, a conta de luz já está, em média, 17,63% mais elevada, conforme a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O percentual varia conforme a distribuidora e a região que ela atende. A Companhia Energética de Roraima (CERR), por exemplo, cobrará a partir de 1º de novembro de seus consumidores uma tarifa 54,05% mais cara. Trata-se do maior reajuste autorizado pela Aneel em 2014, que afetará 40 mil unidades consumidoras de 15 municípios.
Nos próximos três anos, a previsão é que sejam anunciados novos aumentos, já caberá aos cidadãos saldar a fatura de R$ 26,6 bilhões providenciados pelo governo junto a bancos para socorrer as distribuidoras.
Para o deputado? José Aníbal (SP), a tática adotada por Dilma para tapear a população com falsas promessas contraria o desejo manifestado pelas ruas em 2013. “O governo mostra claramente que não entendeu nada a vontade majoritária do Brasil: mudança, transparência, competitividade, criação de oportunidades e qualificação”, afirmou. “Não se pode esperar nada de novo deste governo. Acho que ele será o mais do mesmo”, completou.
(Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Alexssandro Loyola)