Reportagem do Correio Braziliense, de 5 de dezembro de 2009, publicada no caderno de política: Anastasia, desafio ao tucanato Juliana Cipriani PSDB mineiro se arma para fazer o sucessor de Aécio e aumentar a bancada na Câmara O PSDB anunciou ontem a composição do novo diretório estadual e da tropa de choque montada para eleger o vice-governador, Antonio Augusto Anastasia, na vaga de Aécio Neves, e duplicar a bancada de deputados federais da legenda por Minas Gerais. Além de garantir a manutenção do Palácio da Liberdade, o grupo trabalhará internamente pela indicação do governador como candidato ao Palácio do Planalto. O deputado federal Nárcio Rodrigues, que assume a presidência do PSDB na segunda-feira, admitiu ontem que a eleição de Anastasia será uma tarefa difícil. Com a grande aprovação popular de Aécio, o PSDB mineiro vem de duas eleições para o governo praticamente garantidas. Agora, ao apresentar um novo nome, a legenda trabalha para colar o nome de Anastasia em Aécio. “É uma candidatura que vai cobrar de nós mais esforço que tivemos com Aécio, mas vai dar também um certo sabor de que estamos ajudando a construir esse momento novo”, afirmou Nárcio. O novo presidente disse que a tarefa dos militantes e parlamentares do partido será mostrar para a população que Anastasia é a garantia da continuidade da administração de Aécio. Os deputados estaduais e federais já foram convocados a ajudar na interiorização de Anastasia, que vem viajando pelos municípios mineiros desde o início do ano. Segundo Nárcio, será uma eleição diferente, pois o partido antes trabalhava com uma figura “carismática e com grande articulação política”. Já Anastasia, segundo ele, vem com o patrimônio da gestão feita ao lado do governador. “Vamos passar para a população de Minas que há como continuar no ritmo que Aécio colocou Minas, basta deixar na gestão um governador que tenha compromisso com esse programa”, afirmou. Afagos Enquanto PT e PMDB ainda acertam os ponteiros pela troca de comando, os integrantes da nova Executiva tucana tentam dar uma demonstração de unidade. Com vários afagos, os deputados federais Nárcio Rodrigues e Paulo Abi-Ackel e o estadual Domingos Sávio — os três postulavam a presidência — fizeram questão de dizer que não havia disputa. Nos bastidores, no entanto, o clima chegou a ficar tenso. O governador Aécio Neves intercedeu pela volta de Nárcio ao comando da Executiva e deu a Abi-Ackel a missão de cuidar de articulações na Câmara. Sávio ficou com a coordenação das eleições proporcionais. A expectativa do partido é dobrar o número de deputados federais e aumentar a bancada estadual. Em Brasília, querem passar de seis para 12 deputados e na Assembleia de 17 para 20. O PSDB quer reeditar o chapão com DEM e PP e agregar partidos como PTB e PPS. É uma candidatura que vai cobrar de nós mais esforço, mas vai dar também um certo sabor de que estamos ajudando a construir esse momento novo” Nárcio Rodrigues, presidente do PSDB-MG.
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