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A presidente Dilma Rousseff deu as primeiras pistas do que será prioridade este ano. Foi na quarta-feira (2) ao Congresso. É uma lista com alguns temas polêmicos, como uma política de longo prazo para o salário-mínimo.
No Congresso, a presidente falou também sobre outros temas já bastante conhecidos, como a defesa de uma reforma política, que nunca saiu do papel ou das intenções. Tomara que agora seja para valer.
Ao quebrar a tradição e ler a mensagem do governo, já que tradicionalmente essa leitura é feita pelo ministro-chefe da Casa Civil, a presidente Dilma deixou claro que quer ter uma relação mais estreita com os parlamentares, numa parceria governo-Congresso.
Não foi fácil chegar lá. Foram dez minutos para atravessar alguns metros. Eram tantos cumprimentos, beijos, abraços e fotos. A presidente Dilma Rousseff veio para ler a tradicional mensagem de abertura dos trabalhos do Congresso. Pela tradição, poderia ter mandado o ministro da Casa Civil. Mais do que uma quebra de protocolo, a atitude foi vista como um bom começo nas relações entre Executivo e Legislativo.
“Tem de destacar ela ter vindo. Foi um gesto super importante e, depois, o conteúdo do discurso abrangeu todos os temas relevantes que essa nação quer discutir”, elogiou a senadora Marta Suplicy (PT-SP).
“Foi um gesto de respeito ao Parlamento que nós, mesmo da oposição, temos absoluta consciência do valor da vinda dela aqui. Contudo, no discurso em si, esperávamos um discurso mais consistente”, ressalva o líder da minoria, Paulo Abi-Ackel (PMDB-MG).
Dilma Rousseff falou por mais ou menos meia hora. Repetiu a promessa de campanha de acabar com a miséria no país. “A superação da pobreza extrema e a ampliação das oportunidades para todos os brasileiros não constitui ato voluntarista, e sim a consequência natural de uma política macroeconômica consistente capaz de gerar um longo círculo de crescimento sustentado”, discursou a presidente.
Outro compromisso é a política de longo prazo para o reajuste do salário mínimo. “A manutenção de regras estáveis que permitam ao salário mínimo recuperar o seu poder de compra é um pacto deste governo com os trabalhadores. Asseguradas as regras propostas, os salários dos trabalhadores terão ganhos reais sobre a inflação e serão compatíveis com a capacidade financeira do Estado brasileiro”, declarou.
A presidente destacou as prioridades do governo: controle da inflação, prevenção a catástrofes da natureza e propôs um pacto com deputados e senadores para aprovar a reforma política.
“Trabalharemos em conjunto com essa casa para a retomada da agenda da reforma política. São necessárias mudanças que fortaleçam o sentido programático dos partidos brasileiros e aperfeiçoem as instituições, permitindo mais transparência ao conjunto da atividade pública”, disse.
“Na presença do presidente do senado, José Sarney, e do presidente da Câmara, Marco Maia, perdeu oportunidade quando citou que quer faça as reformas política e tributária. Passou u um mês sem lembrar isso. Lembrou agora, mas não fixou uma meta”, apontou o líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP).
“Foi um grande discurso que colocou a direção do seu governo, que vai fazer as reformas e continuar com cuidado para que a inflação não volte”, argumentou o deputado Maurício Rands (PT-PE).
“Discurso genérico que traz conjunto de boas intenções, mas não mostra os caminhos práticos para que esse discurso se torne realidade. Nós vamos aguardar esses primeiros dias de trabalho legislativo para ver que medidas concretas o governo pretende encaminhar ao Congresso nacional”, avaliou o líder dos Democratas, ACM Neto.
“Ela fez uma conclamação ao Congresso nacional para estabelecer uma parceria, naturalmente preservando a independência e autonomia dos diversos poderes para implementar as mudanças”, disse o presidente do PT, Eduardo Dutra.
A presidente Dilma Rousseff disse ainda que é preciso gastar melhor o dinheiro público, que vai ser rígida no controle da inflação e que não permitirá, sob nenhuma hipótese, a volta da inflação.
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