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Na Mídia: Apenas o primeiro embate - Entrevista para o Estado de Minas

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Jornal Estado de Minas - 14 de fevereiro de 2011

Jornal Estado de Minas 14 de fevereiro de 2011 Disputa pelo aumento do mínimo não será a única com o governo, diz Abi-Ackel

Brasília – Alçado ? condição de líder da minoria por tucanos e democratas, o deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), 47 anos, assume defendendo a estadualização das rodovias federais, lista uma gama de setores em que o governo Lula foi mal e avisa que o salário mínimo será o primeiro grande embate entre a administração Dilma Rousseff e os oposicionistas, mas não o único. Quanto ? situação interna do PSDB, não titubeia. Marca até data para a escolha do candidato a presidente em 2014. “É importante que nestes dois primeiros anos possamos promover o debate interno para que, em 2012, possamos já ter a definição do candidato.” Abi-Ackel pretende trabalhar para sedimentar a candidatura oposicionista.

O mínimo é o primeiro grande embate entre governo e oposição? Sim. Seremos coerentes com o discurso de campanha do nosso candidato ? Presidência da República e temos plena consciência de que é possível, mediante a tomada de objetivas providências na economia interna, reorganizar o Orçamento para que o salário mínimo seja de R$ 600.

Mas o governo fez um corte nas despesas porque não há recursos. A oposição não pode ser acusada de jogar para a plateia? Em visita ? Câmara, o ex-governador José Serra debateu com a bancada e apresentou estudos consistentes que indicam cortes da ordem de R$ 5 bilhões no custeio, R$ 5 bilhões em subsídios do BNDES, R$ 2 bilhões com o saneamento de estatais, R$ 2 bilhões com redução do empreguismo na Petrobras, na Eletrobras e nos Correios, R$ 1 bilhão em gastos corporativos com passagens aéreas e cartões de crédito, R$ 1 bilhão em publicidade e R$ 1 bilhão com cargo em comissão. No último item é possível obter economia ainda maior. Esses recursos seriam suficientes para promover o aumento do mínimo ao patamar de R$ 600.

Esses cortes já não estão incluídos nesses que o governo anunciou? Não. Temos absoluta certeza de que, tal qual uma economia doméstica, ainda que mais complexa e guardadas as devidas proporções, a regra é a mesma: cortando os supérfluos será possível gerar reservas que permitam investimentos. E nada melhor que investir no salário mínimo, que é a melhora da condição de renda e de consumo do brasileiro de menor renda.

E qual o papel da liderança da minoria nesse processo? Nossa missão é zelar pela eficiência da administração pública criticando os pontos que julgamos equivocados na política de governo. Nos cabe ainda fazer proposições, apresentar alternativas e lutar pela recuperação da atividade legislativa como protagonista da agenda do Parlamento. A fiscalização também é uma ação republicana da oposição na Casa. Dentro desse plano, estaremos muito atentos ? agenda do governo, mas também pretendemos fazer a nossa própria.

E quais propostas estão nela? Temos várias em debate. A questão dos aeroportos tem de ser objeto da mais urgente concessão ? iniciativa privada e virá por projeto de lei ou PPPs. Quanto ? saúde, temos uma velha discussão e posição já conhecida, que é a luta pela votação da Emenda 29, que gera mais investimentos ? saúde e define os recursos a serem aplicados pelos entes da federação. Na área de rodovias, gostaríamos de propor ao governo ideia apresentada pelo governador Aécio Neves, no sentido de estadualizar rodovias federais e, por consequência, transferir os recursos da Cide para os estados.

A presidente discutiu pacto federativo com presidentes da Câmara e do Senado. É nessa linha que a minoria propõe a estadualização e municipalização de alguns serviços? Não há mais como admitir que os municípios, sobretudo os menores, mal tenham condições de pagar despesas relacionadas ao recolhimento de lixo, ? compra da merenda escolar, mantendo-se permanentemente em atraso com a sua folha de pagamentos porque os recursos são inadequados e insuficientes para a administração local. Temos de lutar para que eles recebam fatia bem maior do grande bolo.

A ideia é buscar o Orçamento impositivo como um todo? Seria bom que o governo fizesse o orçamento impositivo para as boas emendas – aí admitida a sua análise de qualidade – derivadas da iniciativa dos parlamentares. Parlamentares cuidadosos com sua região eleitoral conhecem de perto as dificuldades e dramas vividos pela população do interior do Brasil.

E em relação ? reforma política? Fala-se na janela para mudança de partido. O PSDB vai apoiar a janela? O PSDB não está vislumbrando a janela e sim a formação de um arco de alianças que pode reforçar a candidatura que terá em 2014. Não há na mente de nenhum de nós no PSDB, qualquer desejo de unificação, reunião ou alteração partidária. Queremos construir uma candidatura forte, apoiada por um arco de partidos cujo programa se assemelhe ao nosso para vencer em 2014.

Qual será o estilo da oposição? O mineiro faz política com arte. Essa é a nossa tradição. Mas, diante desses números tão preocupantes, a oposição deve ter o cuidado de não ser irresponsável. Se for necessário, sentar com o governo para discutir reformas, planos estratégicos que efetivamente enfrentem esses problemas, não teremos dificuldades em conversar. Oposição é oposição. Temos de criticar, fiscalizar, apresentar alternativas, mas não podemos e também não é do nosso perfil fazer a tática do quanto pior para o governo melhor para a oposição. O PSDB tem de trabalhar para, unido, escolher um candidato viável, capaz de vencer. Temos nossa escolha pessoal, eu tenho a minha. Não tenho a menor dúvida de que Aécio congregará mais em 2014. Trará outras forças que, aliadas, poderão nos levar ? vitória. Mas temos de respeitar aqueles que não pensam assim. O importante é que nestes dois primeiros anos possamos promover o debate interno para que, em 2012, possamos já ter a definição do candidato.

Estado de Minas

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