No Brasil, existem dois tipos de consumidor de energia elétrica: o livre e o regulado (cativo). O consumidor regulado é aquele abastecido pela concessionária da distribuição local, sendo estipulado o preço da tarifa pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e não existe possibilidade de negociação comercial entre as partes. O consumidor livre é capaz de negociar livremente as condições comerciais de contratação de sua energia (preço, prazo, flexibilidade e indexação), além de poder escolher seu fornecedor de energia, que pode ser um gerador ou um agente comercializador. Através do mercado livre foi possível gerar uma economia de 26% em 2006 em comparação aos consumidores cativos. Atualmente, mais de 670 empresas utilizam o mercado livre, consumindo cerca de 25% de toda a energia do país. Desde 1995 existe a Lei 9074, criada pelo Governo do PSDB, que versa sobre o assunto, com o objetivo de estimular a livre concorrência e, com isso, reduzir os custos com energia elétrica para as empresas através da competição entre os agentes vendedores (geradoras ou comercializadoras). Hoje em dia, cerca de 45% do consumo industrial brasileiro é negociado no mercado livre de energia. Para ser livre, os consumidores devem ter uma demanda mínima de 3 MW, porém, consumidores com demanda superior a 500 KW podem ser “livres” desde que adquiram energia de fonte incentivada: pequenas centrais hidrelétricas, usinas de biomassa, usinas eólicas e sistemas de co-geração qualificada. Resumindo a legislação em vigor, temos hoje três possíveis classificações para um consumidor de energia elétrica: consumidor cativo, consumidor potencialmente livre para comprar energia apenas de "fontes alternativas" e consumidor potencialmente livre. O comércio livre de energia elétrica foi um importante passo para o desenvolvimento econômico brasileiro, pois beneficia inúmeras indústrias ao reduzir seus custos, em especial os setores de metalurgia, químicos, minerais não-metálicos e celulose, correspondendo por 66,1% do consumo dos CL (consumidores livres). Texto com informações da ABRACE