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Seminário Energia Competitiva no Nordeste

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DESAFIO ENERGÉTICO


Cenário dos próximos 25 anos exige foco nas exportações


O Brasil é a sétima economia, com US$ 2,2 trilhões, empatado com a Índia






Donaldson Gomes, com Amanda Palma (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)

05/05/2015 02:51:00Atualizado em 05/05/2015 09:12:20





Em 1978, o Brasil e a China tinham Produtos Internos Brutos (PIB) do mesmo tamanho: US$ 200 bilhões. De lá para cá, os chineses aproveitaram a diferença que tinham a favor, baixíssimo custo de produção, e se tornaram a segunda economia mundial, com um PIB de US$ 10 trilhões.


O Brasil é a sétima economia, com US$ 2,2 trilhões, empatado com a Índia que, salvo alguma grande alteração de cenário, isola-se na sétima posição ainda este ano graças a uma política industrial arrojada, que inclui a oferta de baixo custo de produção para a indústria.


O cenário econômico internacional foi traçado pelo economista e cientista político Marcos Troyjo, diretor do BricLab da Universidade de Columbia (Nova York), durante o seminário Energia Competitiva para o Nordeste – A Favor da Energia Limpa e Renovável. E, segundo ele, a situação de perda de espaço brasileiro no mundo pode tomar contornos ainda mais dramáticos nos próximos 20 anos, a menos que o país opte por melhorar suas condições de competitividade para o setor industrial.




“Usando políticas energéticas competitivas, vamos privilegiar a indústria. E se isso acontecer, o Brasil não apenas será um país mais justo, mas também uma das economias mais prósperas do Seculo XXI”, projetou. Por outro lado, alertou, se nada for feito, “vai continuar a gerar esses espasmos de baixo crescimento, com um teto de 2%. Isso significa que, infelizmente, nós como país nos tornaremos velhos antes de nos tornamos ricos”, afirmou.


















Economista Marcos Troyjo  destacou a importância das vantagens competitivas para a indústria (Foto: Betto Jr.)




Volta ao passado
Troyjo explicou que o ambiente de competição global vem passando por grandes alterações desde o ano de 1990. Naquela época, a ideia de competitividade estava associada a uma abertura de mercados extrema, marcada pelo conceito definido como ultraliberalismo – reflexo de grandes alterações geopolíticas, como o fim da União Soviética. “Havia uma ideia de que mais comercio internacional e menos regulação iriam trazer benefícios para os quatro quadrantes do mundo”, lembrou.




 Naquele momento, percebeu-se, segundo o economista, uma “migração dramática, brutal e consistente da atividade econômica” do Oceano Atlântico para o Pacífico. Segundo ele, se passou a imaginar que o país que iria disputar a hegemonia econômica mundial com os Estados Unidos sairia do continente asiático. O que ninguém projetou, complementa, é que esse país seria a China. As apostas recaíam sobre o Japão, ou mesmo algum dos Tigres Asiáticos – Coreia do Sul, Taiwan,  Singapura e Malásia.

Os conceitos passaram por mudanças nos últimos oito anos, com a ascensão econômica da China e mudanças nos cenários geopolítico e econômico. “Onde há 25 anos havia uma espécie de superliberalismo, ou liberalismo total, do ponto de vista concreto, essas políticas foram substituídas por um protecionismo comercial e por uma série de políticas que privilegiam o conteúdo local”, explicou, lembrando que a tendência se estendeu até para países tradicionalmente liberais, como é o caso dos Estados Unidos.

Além disso, a ideia de se juntar a grandes blocos econômicos para competir perdeu força, afirma. Como exemplo, Troyjo citou as dificuldades vivenciadas pela União Europeia e pelo Mercosul, que, segundo ele, perdeu a relevância que tinha nos 90.


Futuro


Segundo Marcos Troyjo, o cenário de competição global será marcado por uma “interdependência seletiva”. “Vamos poder escolher com quais países vamos manter relações econômicas privilegiadas”, afirmou.




 Para ele, as nações precisam trocar a ideia de uma competição baseada na substituição de importações, um pensamento que ainda persiste para muitos, por uma outra, focada no estímulo às exportações.


No lugar das barreiras comerciais para impedir a entrada de produtos, entra no mercado o estímulo a uma maior competitividade para ganhar mercado.  “Esse mundo não vai significar o fim das políticas industriais. Será o fim da promoção de substituição de importação. Serão políticas para promover exportações”, argumentou.




 Para o economista, uma decisão que o Brasil e os outros países do mundo precisam tomar neste momento diz respeito a como lidar com a competitividade chinesa. Segundo ele, os custos de produção do país asiático estão aumentando e há um esforço para sofisticar a produção industrial lá. “Do ponto de vista energético, a China incorporou uma capacidade equivalente à dos Estados Unidos. E agora a China vai fazer com os outros o que os outros fizeram com ela”, diz, explicando que a tendência é de “exportar” para países vizinhos os postos de trabalho mais simples.

 “Isso vai afetar muito a Índia”, prevê Troyjo. Segundo ele, os indianos estão trabalhando para absorver parte da produção chinesa. “Não sei se já perceberam, mas o entusiasmo que existia em torno do Brasil há cinco anos migrou para a Índia. Fala-se em ‘modimania’, uma mania em torno primeiro-ministro indiano (Narendra Modi)”, disse.


Além disso, lembra o professor Marcos Troyjo, a Índia estaria avançando numa política mais amistosa para a indústria, com uma oferta de tarifas de energia atrativas, além de um baixo custo de mão de obra para o setor industrial.


Setor elétrico precisa de plano a longo prazo
A falta de um modelo energético a ser seguido no Brasil dificulta a estabilidade do setor, na opinião do deputado federal José Carlos Aleluia (DEM). “É uma coisa por leilão que é uma coisa irracional, decidida por alguém que não conhece o setor, não sabe tomar a decisão correta”, analisou o deputado durante sua explanação no seminário Energia Competitiva no Nordeste. O parlamentar ressaltou  a necessidade de se ter uma política com planejamento de longo prazo. “Não é para transformar em política de partido, tem que ser coisa de longo prazo, transparente, de buscar investimento”, disse.


Para Aleluia, o Brasil é competitivo para construir hidrelétricas e deve investir nesse ramo, a partir da iniciativa privada. “Queremos ter energia competitiva? Hidrelétrica? E como financiar? Com recursos privados, porque não vai ter recursos do Tesouro, nem do consumidor”, opinou.  Para ele, é preciso discutir outros tipos de fontes de energia, mas como complemento às hidrelétricas. “Vamos trabalhar a eólica, num sistema térmico de alta suficiência, vamos discutir a nuclear também”, falou. “Dá pra fazer muita coisa na Amazônia, temos ventos maravilhosos na Bahia, vamos fazer uma base térmica pesada e um sistema de transmissão eficiente”. O deputado acredita também em um modelo de geração distribuída em que o consumidor não precisa ficar preso a um monopólio. “Ele (consumidor) vai buscar a solução dele”.


País deve incentivar investimento


 O governo brasileiro precisa criar um conjunto de mecanismos de incentivos de investimentos em fontes de energia alternativas. Na visão do deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), outro palestrante do seminário Energia Competitiva para o Nordeste,  as medidas existentes não suprem as necessidades dos empresários do setor energético, que, por falta de segurança, não investem em novos modelos. Para ele, é necessário cumprir algumas exigências para se conseguir retomar o crescimento industrial no Nordeste. “Precisamos de posição mais efetiva do governo, de criação de incentivo de investimento em energia renovável, e ter a preservação de incentivos para a industria química e do plástico”, citou.


Além do incentivo, Paulo Abi-Ackel lembrou que é preciso investir também em infraestrutura de uma maneira geral para que se retome a competitividade no setor industrial em todo o país, inclusive no Nordeste. O deputado falou ainda sobre a renovação dos contratos industriais com a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e a importância se gerar caixa para a companhia. “Gerar caixa na Chesf permite expandir o parque eólico nordestino, movimentando em torno  de R$ 7 bilhões em energia limpa e renovável”, afirmou. Os números da  produção de energia eólica também foram citados pelo deputado mineiro. Segundo ele, a capacidade de fonte eólica no país chegou a 9.914 Megawatt no ano passado, sendo o Nordeste responsavel pela produção de 8.198 MgW. Em 2012, a capacidade instalada no Brasil era de 1.805 MgW,   1,5 % de toda a matriz brasileira.


Veja no original:


http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/cenario-dos-proximos-25-anos-exige-foco-nas-exportacoes/?cHash=09c675d06faa0fa12225eea1669e9176






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