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Deputado Paulo Abi-Ackel discursa sobre a reforma política

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Paulo Abi-Ackel levanta o aspecto prejudicial do financiamento público, pois não há mecanismo legal suficientemente eficaz para impedir o financiamento privado concomitante, somando recursos públicos ? riqueza daqueles detentores do poder econômico. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, subo a esta tribuna para manifestar o meu voto a favor da quebra do interstício. Essa matéria tem de ser debatida de forma mais clara, enfim, por meio da votação nominal. A reforma política profunda e necessária infelizmente não foi feita, Sras. e Srs. Parlamentares. Resta-nos agora remediar o sistema eleitoral no que for possível, aditando algumas regras moralizadoras ? legislação atual. Contudo, temos que fazê-lo de forma extremamente responsável. E, aqui, faço um apelo aos ilustres Parlamentares, no sentido de que tratem esta matéria com cuidado, atentos ? s sutilezas que cercam este debate, em especial ? s filigranas que constam do texto das emendas ora colocadas em debate neste plenário. Deixo aqui, Sr. Presidente, uma manifestação muito firme. Gostaria que V.Exa. levasse em consideração e os demais Líderes tivessem a atenção necessária, porque, aqui, fala, com muita humildade, aquele que por algum tempo ocupou o cargo de Juiz Eleitoral de Minas Gerais. Estamos tratando de uma questão que amanhã poderá voltar a debate, desta vez, na Corte, no Tribunal Superior Eleitoral, e tenho certeza de que nenhum de nós deseja ver isso acontecer, porque queremos, antes de mais nada, que a Câmara dos Deputados seja reconhecida pelo talento dos seus Líderes e pelas decisões competentes tomadas nesta Casa. O que me preocupa, Sr. Presidente, é a adoção do financiamento público. No meu modesto modo de entender, esse sistema é prejudicial, pois não há mecanismo legal suficientemente e eficaz para impedir o financiamento privado concomitante. Portanto, caso venha a ser adotado, o financiamento público representará a soma dos recursos públicos ? riqueza daqueles detentores do poder econômico, causando uma distorção inevitável para aqueles candidatos pouco dotados de recursos privados. O financiamento público, Sr. Presidente, Srs. Líderes, Sras. e Srs. Parlamentares representa o ato de dar aos ricos ainda mais riqueza. Criar os vasos comunicantes entre o privado e o público, via Legislativo-Executivo, promove, lamentavelmente, a prática do caixa 2. São essas as minhas considerações, Sr. Presidente. Muito obrigado, Sras. e Srs. Parlamentares.
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