As empresas fabricantes de cerveja no Brasil estão preocupadas com os projetos de lei que restringem a propaganda de bebidas alcoólicas. O diretor-geral da CervBrasil – entidade que reúne os maiores produtores nacionais –, Paulo Petroni, reuniu-se com o deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), (em 07/05), para pedir que o tema não vá a votação.
Desde 1956, tramitam na Câmara dos Deputados proposições que criam dificuldades para a propaganda de bebidas alcoólicas – como o PL 3560/2012, de autoria do deputado Dr. Rosinha (PT-PR), que veda a participação de atletas e artistas nesse tipo de publicidade, e o PL 4755/2012, da deputada Liliam Sá (PSD-RJ), que proíbe, expressamente, qualquer comercial de cerveja.
O principal argumento de Paulo Petroni para defender a manutenção das propagandas de bebidas alcoólicas refere-se aos altos impostos pagos pelo setor. “Nos últimos 10 anos, a tributação sobre cervejas e afins aumentou mais do que nos 30 anteriores”.
De acordo com Petroni, – que, além da Ambev, representa também as cervejas Heineken, Skin e Petrópolis – a publicidade de bebidas alcoólicas é livre nos países desenvolvidos. “Não há evidência de que proibir a propaganda melhora alguma coisa. Até hoje, só quem fez foi a Venezuela”, declarou.
Para o deputado Paulo Abi-Ackel, que preside a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados, as cervejarias devem realizar campanhas educativas para reduzir o impacto negativo da publicidade dos produtos com álcool. “Por que não utilizar esses mesmos meios para divulgar ações contra o consumo abusivo?”, sugere.
Já o deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE), que também participou do encontro, recomendou aos fabricantes um cuidado especial com a venda de bebidas a menores de idade. “O consumo tem de ser responsável. É preciso muita atenção para que os efeitos da publicidade não acabem direcionados a crianças e adolescentes”.