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O endividamento das famílias brasileiras enganadas pelo crédito caro

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Segundo estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o crédito, no Brasil, teve, nos últimos dez anos, um crescimento de 563,8%, passando de R$ 381,3 bilhões para R$ 2,5 trilhões. Quando o PIB é a referência, passou de 24,7% para 55,2% do PIB.

O estudo assinala que a elevação do índice foi maior entre as pessoas físicas, chegando a uma ampliação das demandas por crédito em 766,7%, passando de R$ 82,5 bilhões para R$ 715,2 bilhões, enquanto que o crédito tomado pelas empresas saltou de R$ 132,2 bilhões para R$ 730,3 bilhões, uma alta de 452,4%.

Essa situação seria um grande avanço para o cidadão e para as empresas se não fosse o alto índice do custo do dinheiro no Brasil. A taxa de juros, mesmo com as quedas já ocorridas, para as linhas de créditos para empresas, está ainda em níveis estratosféricos, em junho ultimo, acima de 19% ao ano. Outro aspecto a considerar é o prazo médio para parcelar a dívida que tem sido de cerca de 30 meses. Para as pessoas físicas, a taxa de juros está num patamar de 34,9% ao ano. O prazo de pagamento está na média em 47,9 meses.

Mesmo que as operações de crédito tenham tido reduções das taxas de juros e dos spreads bancários, ainda são altíssimos comparativamente ao custo de captações de recursos em outros países.

As consequências do juro real alto contaminam a economia, nas mais diversas direções. Primeiramente inibem a atividade produtiva, tornando o custo do crédito caro, quando considerado o spread bancário cobrado no Brasil.

Segundo, tem um enorme peso significativo sob o estoque da dívida pública. Obriga o governo a destinar boa parte da arrecadação tributária para pagamento de juros de sua dívida, que não para de crescer, paralisando recursos que poderiam ser aplicados na atividade produtiva.

Terceiro, impede o crescimento econômico de forma sustentável. Compromete a atividade empresarial. Além de inibir a iniciativa empreendedora. Porque a compra de títulos públicos, que tem uma rentabilidade garantida e de baixo risco, passa a ser mais atrativa do que investir na atividade produtiva.

Por fim, qualquer projeto de investimento será visto a partir da referência da taxa Selic, que terá de dar retorno superior a essa taxa.

Ampliar o crédito, por meio de instituições financeiras do setor privado ou bancos públicos, sem levar em conta o alto custo financeiro, é colocar em risco a estabilidade financeira das pessoas, das famílias, das empresas e do próprio governo.

A Sociedade Brasileira, mais uma vez, paga a conta da ineficiência do Governo do PT. O que se espera são mudanças estruturais na economia, que permitam aos brasileiros taxas de juros civilizadas, equiparadas aos países desenvolvidos.

18.09.2013
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