A subcomissão criada dentro da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) para tratar do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) realizou, nesta terça, a última das quatro audiências públicas convocadas para discutir o assunto. Representantes da Telebrás, das operadoras de telefonia e dos provedores expuseram aos parlamentares o atual estágio de desenvolvimento do programa.
Primeiro a falar, o Diretor de Projetos do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, Milton Kashiwakura, apresentou dados sobre a penetração da internet no Brasil. De acordo com informações coligidas pelo órgão, cerca de 40% dos domicílios do país possuem acesso ? web. Em 2011, o nível era de 36% e, em 2010, de 27%.
Os índices referidos por Kashiwakura mostram que a banda larga está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, com uma presença ainda pequena nas regiões Norte e Nordeste. “Nós também percebemos que, quanto maior a renda familiar, maior a velocidade da internet contratada”.
Já o Presidente da Telebras, Caio Cezar Bonilha, destacou o avanço na rede de fibra ótica do país para ilustrar as conquistas do PNBL. Segundo ele, em janeiro de 2012, a rede atingia 12 municípios, abrangendo mais de 6,5 milhões de habitantes. Hoje, o sistema chega a mais de 47 milhões de pessoas, espalhadas por 1.938 municípios.
”A nossa atuação tem um viés claramente social porque estamos em localidades onde a iniciativa privada não vai. A nossa rede é neutra. Ofertamos nossos serviços igualmente para qualquer operadora” declarou Bonilha, para quem a “diversidade geográfica do Brasil” é um dos entraves para a expansão da banda larga.
O membro da Diretoria Executiva do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Carlos Duprat, também apresentou números para justificar o bom desempenho do PNBL.
“A velocidade média da banda larga fixa cresceu bastante, saindo de 1,4 Mbps, em 2008, para 7,3 Mbps, em 2013. Nós precisamos agora é de investir na massificação, para que cada vez mais pessoas tenham acesso”, resumiu.
Para o deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que preside a CCTCI, as exposições não confirmam o bom andamento do programa. “Eu tenho recebido inúmeras queixas da população. Pelo que pudemos perceber, os serviços não estão avançando como queríamos. Infelizmente, de uma maneira geral, a qualidade é muito precária”.
A.I/P.A 13.08.2013