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Paulo Abi-Ackel recrimina uso da Vale para aumentar o poder da máquina do Governo. Veja discurso:
Tucanos condenam tentativa do governo de interferir na direção da maior empresa privada do país
O líder da Minoria na Câmara,? Paulo Abi-Ackel (MG), demonstrou preocupação com a tentativa do governo de usar a estrutura da Vale e determinar mudanças na empresa. “Estamos falando do risco grave de uma companhia que é objeto de orgulho nacional se transformar em mais uma fonte de organização e ocupação política de sua estrutura. Isso colocaria em risco a eficiência de sua gestão e, sobretudo, o excelente desempenho que ela tem tido em todo o mundo”, afirmou.
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Leia a íntegra do discurso:
O SR. PAULO ABI-ACKEL - Sras. e Srs. Parlamentares, eu subo a esta tribuna, inicialmente, para tratar de uma questão que muito me preocupa e que foi objeto de abordagem por parte do orador que me antecedeu, o ilustre Líder dos Democratas, Antonio Carlos Magalhães Neto.
Nós estamos falando do risco grave de a Vale do Rio Doce, hoje empresa objeto de orgulho nacional, se transformar em mais uma fonte de organização e ocupação política de sua estrutura, colocando em risco, portanto, a eficiência de sua gestão e sobretudo o excelente desempenho que ela tem tido em todo o mundo.
Como Deputado votado na região mineradora das nossas Minas Gerais, em especial nos Estados de extração mineral, tenho que demonstrar na tribuna desta Casa minha absoluta preocupação com aquilo que anunciam hoje os jornais, a presença do Ministro da Fazenda na sede de uma empresa privada anunciando ou, digamos, exercendo a mão forte do Governo e determinando que haverão de ser feitas modificações na administração da empresa para lá colocar um elemento político, com orientação política, sem, portanto, compromisso de gestão, para estender ainda mais os tentáculos do Governo em uma empresa cuja eficiência de gestão e cujo desempenho na economia do setor emtodo o mundo tem sido objeto de orgulho nacional. O Brasil, muitos anos atrás, era conhecido por muitas das qualidades do povo brasileiro, mas nunca pela eficiência da gestão, pela competência e pelos índices decorrentes de uma administração elogiada nos quatro cantos do mundo.
Exatamente pelo risco de ver a Vale do Rio Doce se transformando em mais uma extensão do Governo e de suas vontades, na acomodação e no compadrio dos membros do Governo, é que faço aqui o protesto de mineiros, sobretudo daqueles que estão definitivamente vinculados ao setor mineral, em especial as históricas cidades de Ouro Preto, Mariana, Itabirito, Santa Bárbara e Catas Altas, que haverão de ter, não uma empresa preocupada com a preservação do meio ambiente e da meritocracia da sua gestão, mas o que é muito grave, gravíssimo, uma empresa que estará sujeita ? vontade do Governo, ? coloração partidária, e mais do que isso, ? extensão dos tentáculos que o Partido dos Trabalhadores quer se valer usando a estrutura da Vale do Rio Doce para poder aumentar o poder da máquina do Governo.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, talvez não me seja mais possível falar, em face do tempo avançado do prazo que possuo como Líder da Minoria para falar desta tribuna, sobre assunto que está em discussão neste momento nesta Casa. Mas tentarei ser breve para dizer que não é votando a questão que ora se encontra em votação nesta Casa, medidas cautelares em prisão especial, que vamos enfrentar o grave problema da criminalidade nesta Casa.
Voltarei a falar deste tema em momento oportuno, mas não será através da votação do Projeto nº 4.208, em especial a discussão que ora se dá a respeito das prisões especiais, se elas devem ser definidas pelo risco de vida daquele que se encontra preso ou pelo título que ele possui no curso superior. Não será assim que haveremos de tratar a questão da criminalidade e da segurança pública no País. Esta é uma questão multifacetária que tem que ser enfrentada sob vários ângulos.
Nesta Casa, temos que dar prioridade, como fizemos hoje, ? votação e modernização da legislação, mas também isso não será o bastante, se não dermos ao Judiciário condições para tratar das execuções penais com maior velocidade, sobretudo fortalecer as carreiras policiais e fazer com que os policiais saiam dos quartéis para irem para as ruas fazer o policiamento ostensivo.
Também não será o bastante se não obtivermos do Sr. Ministro da Justiça e do Governo Federal os investimentos necessários para a melhoria do sistema prisional, sem o qual aqueles delinquentesde menor gravidade ou que tenham cometido um crime de menor gravidade, ali na convivência diária com delinquentes maiores, que tenham cometido crimes, estarão não na busca de sua ressocialização, mas estarão, isto sim, caminhando na pós-graduação do crime, de tal forma que, de lá saindo, haverão de estar nas ruas, cometendo crimes ainda piores, reincidindo e retornando ao sistema prisional.
Sistema prisional, aliás, que é digno de vergonha, inobstante, diga-se de passagem, os investimentos do Governo Estadual.
Mas há, Sr. Presidente, necessidade de transferência do Fundo Penitenciário Nacional, para que, através de recursos federais, possamos ao menos ter presídios de segurança máxima, onde traficantes e delinquentes de alta gravidade não estejam de dentro da cela organizando o tráfico de drogas no Brasil.
Que Brasil é este que quer se inserir dentre as grandes potências mundiais, no entanto tem traficantes e delinquentes comandando o tráfico de drogas de dentro de suas celas, muitas vezes em regime especial não oficial, mas que têm todas as liberdades para fazerem aquilo que bem quiserem de dentro de seus presídios? Muito obrigado, Sr. Presidente.
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