[flickr id="6140365109" thumbnail="small" overlay="true" size="medium" group="" align="center"] Matéria do jornal Correio Braziliense, publicada em 09 de setembro de 2011. Mesmo com o aval das Forças Armadas, o governo decidiu, por ordem do Palácio do Planalto, que só colocará o projeto da Comissão da Verdade em votação quando tiver certeza de que a proposta será aprovada. A orientação é não abrir brecha para a derrota, mesmo que isso custe mais uma rodada de negociações e de explicações aos parlamentares. Uma tropa de ministros — formada por Maria do Rosário (Direitos Humanos), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Celso Amorim (Defesa) — tem procurado líderes partidários e apresentado, em detalhes, o projeto. As próximas reuniões foram marcadas para a semana que vem. Nos corredores do Congresso, ainda falta informação sobre a proposta do governo, enviada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ? Câmara dos Deputados. Segundo a apresentação do governo entregue aos parlamentares, a Comissão da Verdade examinará e esclarecerá as violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988, "a fim de efetivar o direito ? memória e ? verdade histórica e promover a reconciliação nacional". A natureza do grupo é não jurisdicional e não persecutória — não haverá processados a partir das investigações. O texto reforça ainda os poderes e os instrumentos que a comissão terá: determinar perícias; requisitar informações, ainda que sigilosas; convocar pessoas aos fatos; possibilidade de ingresso no Judiciário para requerer informações e documentos. Íntegra A determinação do Planalto é aprovar o projeto sem fazer alterações no texto. Ministério Público Federal e familiares das vítimas cobram mudanças na redação da proposta, retirando a possibilidade de os militares participarem do grupo que vai apurar os crimes cometidos durante o regime militar. Os integrantes das Forças cobram uma participação mais efetiva na comissão. Eles querem que o texto não permita punição para os torturadores. A pressa do governo em votar a matéria também é criticada. Segundo familiares, faltou debate. Já o Palácio acredita que só com o regime de urgência a matéria será aprovada. Líderes da oposição garantem que a proposta original do governo é consenso entre os partidos. "Temos como meta, inclusive por conta dos acordos internacionais, discutir esse assunto o mais rápido possível. De preferência finalizar até o fim do ano", afirma o líder da minoria, Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG). Segundo o parlamentar, a Comissão não deve buscar culpados. "A Lei da Anistia foi confirmada e não teremos radicalismos. O Brasil está maduro para a discussão." Reportagem: Alana Rizzo e Júnia Gama [flickr id="6130024933" thumbnail="medium_640" overlay="true" size="medium" group="" align="center"]
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