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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, Srs. Líderes, senhores que nos assistem em suas residências, o discurso do ilustre Líder do PT, jovem e competente Parlamentar, que pode seguramente ser relacionado entre os mais atuantes desta Casa, não encontra guarida na verdade nem tampouco naquilo a que estamos assistindo perplexos, dia após dia, jornal após jornal, e na televisão diariamente. Infelizmente, falta com a verdade o Sr. Líder do PT na medida em que tenta colocar sobre a Oposição ônus que, em hipótese alguma, não nos pertence.
A Oposição nesta Casa tem tentado, insistentemente, iniciar os debates dos grandes temas nacionais, a discussão das grandes reformas. Mas, infelizmente, neste ano ainda não conseguimos espaço para o debate político porque, até agora, os seguidos escândalos de corrupção têm ocupado o nosso tempo.
E não é a Oposição que está promovendo o debate e levantando suspeitas sobre quem quer que seja: é o próprio Governo. São os próprios Partidos da base que estão levantando a sujeira que, infelizmente, ficou escondida debaixo do tapete ao longo dos últimos oito anos.
Nós da Oposição bem que gostaríamos de discutir a Reforma da Previdência, a Reforma Tributária, a Reforma Política, de fazer, como fizemos aqui, muitas noites, o resgate do Parlamento, discutindo o Código Florestal ou a Emenda Constitucional nº 29, de 2000.
Mas não estamos conseguindo fazer valer as nossas prerrogativas porque temos sido surpreendidos com toda sorte de denúncias de corrupção que brotam de dentro do Governo.
Afastar-nos de discutir essas questões, de trazer aqui os acusados, aqueles contra quem pesam sérios indícios de corrupção e fraudes, para ouvi-los, seria abrir mão das nossas faculdades, abrir mão das nossas prerrogativas, abrir mão do nosso papel de contribuir para o regime democrático, como quer o Líder do PT.
Não podemos discutir absolutamente nada sobre o qual pese qualquer denúncia de corrupção, qualquer sombra contra o Governo da Sra. Presidenta da República? Assim é muito fácil! Mas é exatamente aí que reside a ameaça, sobre o nosso papel de Liderança, nosso papel de Oposição nesta Casa, contra o qual jamais os Srs. Deputados do PT deveriam se opor.
Nós queremos o debate dos grandes temas. Mas, já que não estamos conseguindo, precisamente pela falta de agenda, que está permanentemente ocupada com as denúncias de corrupção que se somam, dia após dia, e, lamentavelmente, destroem o Governo da Sra. Presidente da República, nós não podemos aceitar a crítica de que a culpa é nossa.
A culpa é do Governo e do preceito de divisão de feudos e capitanias, cada qual para um partido, cada qual para um sistema, cada qual para um grupo de Parlamentares, tornando, infelizmente, nosso sistema de governo algo absolutamente apodrecido como estamos vendo ultimamente.
Não fomos nós, em absoluto, quem levantamos qualquer tipo de suspeita sobre o atual Ministro do Esporte, que, às vésperas da Copa do Mundo, passa momentos de grande desgaste neste Governo: foram os funcionários do Ministério que colocaram sobre o titular daquela Pasta a mancha negra da suspeita de corrupção.
Cabia a nós, sim, ouvir um cidadão brasileiro que queria prestar suas informações, o que faz parte do papel republicano e democrático da Oposição. Nós não podemos nos omitir! No entanto, atentos ao princípio da presunção da inocência, vamos aguardar a apuração da Justiça, mas sem nos calar a respeito daquilo que já soa como imperativo, que é a necessidade, inquestionável, do afastamento do Ministro, para responder, fora do Ministério, às denúncias que lhe são imputadas.
E que ele volte, se for inocente, que ele retorne ao cargo se provar a sua inocência. Mas é um verdadeiro absurdo, a colocar em risco, inclusive, o regime democrático, o respeito a esta Casa, o fato de que esse Ministro, sobre quem pesam sérias e graves suspeitas, continue merecendo o apoio da Sra. Presidenta da República, como se absolutamente nada estivesse acontecendo em seu Governo. Isso é simplesmente faltar com respeito à Nação, porque caberá a ele, sim, todo e o mais amplo direito de defesa; mas que ele se afaste do Ministério e que, fora dele, preste as suas explicações à Nação. Estamos em vias de ter um grave problema na Copa do Mundo de 2014, porque, mesmo com toda a maioria do Governo no Congresso, cabem todos os riscos, procedem todas as más premonições sobre o que poderá acontecer em 2014, justamente pela fragilidade de quem ocupa hoje o cargo de Ministro do Esporte.
Portanto, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, aos desmandos do Ministério do Esporte se somam muitos outros: o da CONAB; o dos sanguessugas; e o da farra do Turismo – que vêm do Governo anterior, cuja apuração, oxalá, haveremos de ter em breve, para que se proceda à identificação dos culpados e de suas respectivas responsabilidades perante a Justiça brasileira.
É mais um caso lastimável! É a farra no Esporte! É a farra no Turismo! É a farra em outros órgãos! Mas a verdade é a seguinte: está na hora de a Sra. Presidenta da República dar um basta. Mas não a reboque, não dizendo que está fazendo faxina, porque S.Exa. não está fazendo faxina alguma; está sendo obrigada a fazê-la exatamente porque a poeira que se encontra debaixo desse tapete ficou guardada durante 8 anos. Agora essa sujeira começa a surgir, e a Sra. Presidente não tem, infelizmente ou felizmente, condições de se colocar contra a necessidade de se fazer uma ampla reforma administrativa, diminuindo o número de Ministérios.
Muito obrigado!
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