O deputado federal mineiro Paulo Abi-Ackel (PSDB) avalia que o Supremo Tribunal Federal mandou um recado claro ao Congresso ao definir o rito do impeachment no Legislativo: “a Câmara não tem condição moral de conduzir o processo”. O parlamentar avalia que a permanência do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), compromete o trabalho do Legislativo e a condução do possível afastamento de Dilma.
“O Supremo está dando um recado claro de que o Congresso não tem credenciais para levar esse processo. Isso é muito ruim para a vida pública”, disse o tucano, criticando, contudo, o que chama de “ativismo do Supremo”. Para o deputado, é preciso que os Poderes funcionem de forma “harmônica”. “É comum ver ministros do Supremo darem aulas de assuntos que estão nas comissões da Câmara”, afirma.
Abi-Ackel defende que o presidente da Câmara e o do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), renunciem aos seus cargos. Para ele, as lideranças e os nomes mais experientes do Congresso precisam se reunir para entrar em um consenso mínimo suprapartidário. “O presidente da Câmara levou os trabalhos de maneira açodada, sem que os projetos tivessem a devida discussão. Com o atual quadro, com tantos partidos e líderes, fica muito difícil se chegar a um consenso”, disse Abi-Ackel.
Jornal OTempo - 05 01 2016