Em mais uma tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sair do foco das investigações da Operação Lava Jato, em Curitiba, a defesa do petista insiste na tentativa de desqualificar o juiz Sérgio Moro. Em petição de 43 páginas anexada na Justiça Federal na última quinta-feira (4) e divulgada nesta segunda (8) pelo jornal O Estado de S.Paulo, os advogados do ex-presidente alegam novamente parcialidade do juiz e listam 13 evidências que o acusam de “comprometimento de sua isenção”.
Segundo o jornal, a petição seria uma resposta ? manifestação de 70 páginas elaborada pelo Ministério Público Federal no dia 3 de agosto, que acusa Lula de ter participado “ativamente do esquema criminoso na Petrobras” e afirma que o petista “tinha ciência do estratagema criminoso e dele se beneficiou” – inclusive, quando já tinha deixado a Presidência da República. O parecer, considerado o mais contundente contra o ex-presidente pelo Estadão, veio a público na sexta (5), uma semana após Lula virar réu na Lava Jato por tentativa de obstrução ? Justiça.
Para o deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), essas tentativas de desqualificação do Judiciário ou do Ministério Público por parte da defesa do ex-presidente não devem merecer muita importância. “Isso é obviamente parte de uma estratégia muito comum de réus em vias de condenação agirem assim. É o direito de ‘espernear’ por algo que está cada vez mais próximo, que é a comprovação da culpa do ex-presidente Lula. Temos que encarar isso como algo sem nenhuma importância no contexto geral desse capítulo da política brasileira. As evidências são muito grandes, as investigações estão andando rapidamente e a força-tarefa da Lava Jato tem se mostrado extremamente competente”, argumentou o tucano, que também é juiz.
Segundo o Estadão, a defesa de Lula também chegou a protocolar exceção de suspeição em 5 de julho contra Moro. Em resposta, o juiz disse que não vai abrir mão do caso e rebateu os argumentos dos advogados afirmando que “falta seriedade”. O documento de 43 páginas divulgado nesta segunda cita a condução coercitiva do ex-presidente e as interceptações telefônicas que mostram o seu descontentamento com a Lava Jato em março deste ano.
Já o parecer do MPF afirma que há fortes indícios de envolvimento de Lula no “petrolão” entre 2004 e 2014, na Petrobras, e de que ele seja o verdadeiro proprietário do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, e do tríplex, no Guarujá, ambos em São Paulo.
AI com site do PSDB em 08 08 2016
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