Os debatedores presentes ao seminário que discutiu, nesta terça-feira (dia 27), a transmissão de lutas de MMA pela televisão não chegaram a um consenso. A discussão ocorreu na
Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), que analisa o projeto de lei que proíbe a veiculação de tais competições em canais abertos (PL 5534/09).
De um lado, parlamentares preocupados com o impacto das imagens sobre o público – em especial o mais jovem – sustentam que a prática esportiva estimula a violência. De outro, representantes de emissoras de televisão e de confederações de artes marciais defendem a prática, com o argumento de que ela estimula a formação da cidadania.
“A proibição é extremamente necessária. Depois que surgiu a internet, uma luta transmitida de madrugada pode ser vista a qualquer hora. Mais do que eu ficar falando, basta a qualquer pessoa assistir um combate para saber da gravidade dos golpes ali desferidos”, declarou o deputado José Mentor (PT-SP), autor do PL.
Opinião semelhante manifestou o deputado Pastor Eurico (PSB-PE). De acordo com ele, as competições de MMA representam “chacina de ser humano”. “A pessoa pagar o ingresso para assistir no ginásio, tudo bem. Mas, colocar isso para exposição pública, não podemos aceitar”, afirmou.
Além de Pastor Eurico, deputados Sibá Machado (PT-AC), Sandro Alex (PPS-PR), Silas Câmara (PSD-AM) também subscreveram o requerimento para promoção do encontro. A proposta de proibição é relatada pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que utilizará os argumentos colhidos na audiência para compor o seu parecer.
Debatedores defendem transmissão de MMA na TV. Para representantes de emissoras de televisão e de confederações de artes marciais que participaram do seminário promovido pela CCTCI para discutir a transmissão de lutas de MMA pela TV brasileira, o esporte não representa um estímulo ? violência.
O jornalista, editor e produtor do programa Esporte Espetacular, da Rede Globo, Felipe Awi, começou lembrando o “alto nível de profissionalismo” dos atletas envolvidos com o esporte. “Se a vida desses lutadores pudesse ser conhecida, eles serviriam de exemplo mais do que muitos jogadores de futebol por aí, que são ídolos nacionais”, comparou.
De acordo com ele, os praticantes de MMA se lesionam menos que lutadores de boxe, por exemplo. “Nós também temos o caso da Fórmula 1, que, apesar do potencial de provocar graves lesões nos pilotos, é transmitida logo pela manhã”.
Na mesma linha, o presidente da Confederação Brasileira de Mixed Martial Arts (CBMMA), Elísio Cardoso Macambira, citou também os casos do futebol americano e do rugby. “O nosso esporte tem uma regulação séria. O atleta é submetido a exames periódicos. Há uma grande preocupação com a integridade física dele”.
Já o Diretor da Comissão Atlética Brasileira de Mixed Martial Arts (CABMMA), Rafael Favetti, disse que, mesmo se aprovada pelo Legislativo, a proposta que veda a transmissão de lutas de MMA acabará derrotada no Supremo Tribunal Federal (STF). “Lá, o julgamento da ação contra a classificação indicativa está perdendo de 6 a zero. Esse tipo de impedimento levanta os pelos de qualquer pessoa democrática”.
Também favorável ? exibição dos combates na TV, o presidente da Confederação Brasileira de Capoeira Desportiva (CBCD), Luiz Cláudio Marques da Silva, afirmou que, sem divulgação, a arte marcial não ganha novos adeptos. “No caso da capoeira, os alunos só aparecem quando nós vamos para a rua”.
Assista ao
vídeo em que o deputado Paulo Abi-Ackel fala sobre o tema.
(foto: UFC)
A.I/P.A 27.08.2013
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